Edvaldo Santana (O Cara)

Edvaldo Santana é o cara.
Sujeito muito decente, o rapaz.
Bem zona leste, o peste.

Primeiro veio o Zulu, meu parceiro, companheiro no Musiclube SP, meu guia em São Miguel, integrante do MPA*, putz, outra gente boa, assim como também esse tal de Edvaldo Santana. Cacête! Esse cara me fez lembrar dos meus bons amigos musicais, bichos homens com suas almas inteiras, como o Franklin Mário, (outra prece).
Dia desses foi a vez dele na programação da Biblioteca de Pinheiros, que entre maio e junho tem levado ótimas atrações ao palco do seu auditório, sempre às 18h dos sábados.
Ao lado de Ricardo Garcia (percussão), em expansiva narrativa, teceu a teia sonora em volta de sua criação ao lado de outros bons nomes da safra como: Leminsk, Itamar, Arnaldo, Tom Zé e até o Augusto de Campos. Com 5 discos influenciados pela rica miscigenação da periferia paulistana, Edvaldo Santana é a síntese da nova face que vem caracterizando nosso tempo: uma pacífica e irrefreável invasão das bordas para o centro, quero dizer, enfim uma inquantificável leva de trabalhos que vinham sendo gestados no interior dos orbitais extremos das cidades, lá nos limites, mas que agora podem circular cada vez mais, atingindo logo outros públicos. O Edvaldo Santana eu já havia visto durante a Feira Música Brasil, em fevereiro no Recife, por ex. Mesmo local onde também cruzei Gustavo Anitelli, que me apresentou ao Teatro Mágico, outro belo fenômeno, cada vez mais chegando próximo de bons públicos em Sampa, local onde vem contribuindo para enriquecer com uma beleza plástica e sonora a metrópole tão agredida e carente de arte verdadeira e sincera.
Boa.

O Edvaldo Santana também tocou músicas do seu mais recente CD, Reserva de Alegria, feito através da lei Rouanet, e com apoio da Petrobrás.

*MPA (Movimento Popular de Arte do bairro de São Miguel - Sampa)

www.edvaldosantana.com.br


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