Malhação.


Afinal o ano novo vai começar, como costumam dizer os brasileiros; (ou uma parte deles): seus órgãos, principalmente. De resto, nós, emaranhados nessa teia cotidiana da vida, apenas demos uma liberalizada legal, vestindo todas as nossas fantasias estapafúrdias nesses 4 dias de bizarrices carnavalescas. Pablo Capistrano escreveu texto sobre a singularidade dessa festa em Natal, e está disponível no Substantivo Plural. Acesse! [x]

Porém registre-se que independente desse olhar, a festa foi mesmo fraca. Ela expressa de certa forma a apreensão, tristeza e melancolia de uma cidade deprimida pela opção política que fez no último pleito, escolhendo para a administração um nome ‘verde’ que vem ‘amarelando’ tudo por aqui, esmaecendo nossas cores, tirando o nosso brilho, retrocedendo no jogo da cidadania, pervertendo as instituições e embalando a burrice, inequivocamente. Quer dizer, sabe muito bem o que está fazendo/propondo, mesmo correndo os riscos que a essa altura podem cada vez mais atrapalhar seus planos furados, visto que a comunicação é cada vez mais e mais um fator possível de reverter situações, seja através de discussões com a sociedade ou tuitando, orkutando, blogando ... teclando.

É claro o sentimento da população com relação ao descontentamento na gestão atual de Natal. Desde os setores mais intelectualizados (digamos assim) até os mais ingênuos (digamos assim). Desde os pronunciamentos do secretário tal (Calazans poderia ser um bom exemplo) até o boleto do iptu, absurdamente corrigidos, chegando a patamares de insatisfação, da indignação. Nas posturas dos funcionários às portas das secretarias aos aviltamentos de poderes das autarquias. Ora, não pode! Quem ainda quer isso? Eu não. E é uma tolice imaginar que quem está enterrado atrás dos morros da cidade queira. Nã-nã-nã-nã! Quer não. Quer mais não.

Nítido é portanto, que alguns ajustes deverão ser adequados, umas porcas apertadas nessa máquina, um pouco de graxa não faz mal. Assim, nós, cascudeanos rudes, no elevado das dunas ou no baixio das marés, vamos tomando uma de cana com mais gosto, para adormentar as rosetas de arame.

Ainda é comum culparmos simplesmente o povo pelo estrepitoso fracasso de um modelo político. Isso está errado. É preciso incluirmos aí o grupo de ideólogos dos partidos, seus próprios dirigentes e eleitos, depondo sobre seus retratos uma faixa de co-responsáveis pelos destinos de uma localidade, qual for. Nem interessa. Nêgo/a que quer assumir cargo público tem que se preparar para tal, estudar, se caber, para só depois entrar. Aquecer. Senão, esfria. E ninguém quer mais comer esse prato frio de pirão. Dá não. Dá mais prá nós não.

O momento é outro. Não estamos mais em 1976.


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