por uma Natal Cultural


           [A F.E.L. Produções de Arte realizou em 16 de setembro às 16h a mesa de discussão “Política Cultural: Qualé a de Natal?”, com o escritor/filósofo Pablo Capistrano, mais o cantor/compositor Romildo Soares e o ator/dramaturgo Henrique Fontes. Os três, já há anos em suas atividades dentro do circuito cultural da capital, abordaram junto a outros convidados e ao público inscrito a pauta do encontro.]

           Dentre todas as diferentes necessidades a que Natal terá de se submeter para firmar-se como cidade moderna, além de linda, está a de se desenvolver também como um pólo produtor de cultura, através de mecanismos que proporcionem melhor aproveitamento de seus recursos e talentos, potencializando-a dentro da atual cadeia produtiva, que requer adequação a fatores como capacidade de articulação interativa, segmentação globalizada e investimento objetivo, além de administração qualificada e gerenciamento patrimonial competente.

           Tais metas precisam ser interpretadas por um público que reúna artistas e produtores a profissionais preparados para uma avaliação das posturas adotadas dentro do setor nas últimas décadas, na perspectiva da adoção de diretrizes modernizantes que promovam maior democratização e acesso a novos agentes, assim como a valorização do nosso acervo nativo, expandindo a arte local ao mesmo tempo que alinhando as iniciativas dessa área com a vocação turística da capital potiguar.

           Esta é uma ação que tem muito claro o que quer: Unir.
          Unir-nos, a nós que fazemos arte em Natal, tem sido um desafio sem precedentes na nossa trajetória coletiva. E isso tem nos atrapalhado muito, muito mesmo, interferindo na maneira de cultivarmos nosso trabalho. Tal é portanto a substância dessa proposta aberta por mim, apresentada através de mais essa investida que faço na direção de buscar um diálogo entre distintos setores artísticos, nos fortalecendo como um grupo coeso, articulado perante os poderes, manifestando solidariamente suas lutas. Assim, se ainda tivermos tempo, talvez ainda possamos juntos quebrar essa pose isolacionista a que nos auto-impusemos, repensando nossa postura num belo gesto crítico que deverá nos trazer alguns bons ganhos.

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