Pirataria na Paróquia


Não demorou para que desmanchasse-se ao sabor de dez mesinhos as suposições dos que chegaram a ver na escolha do Sr Revorêdo uma boa escolha para conduzir a fundação de cultura de Natal; para os que chegaram a ver nisso ao menos um sinal abrandando a troca do cetro, - que ao eleger a atual prefeita, ex-vice do candidato derrotado, implicava pela lógica para um caminho mais frustrante pros artistas que trabalham e vivem nessa nossa! cidade. Poderia ser noutra também.

Mas não. Tinha que se dar era aqui. E bem agora. Justo nessa hora em que tem uma nova geração de atores dentro do elenco que acompanha cada vez com mais acuidade os fatos relativos aos setores ditos de cultura. Prova deu o circo Tropa-Trupe ao espichar sua minitenda na entrada da FJA, articulando em poucos dias um ato de ocupação daquela instituição, que repercutiu como uma ‘demo’ da postura que possuem atualmente parte dos atuais grupos em atividade artística por aqui.

Embora os dois fatos não mostrem aparentemente nenhuma confusão, mesmo isolados eles podem indicar uma reação ao atual estado(/municípil) das coisas, gerando nos novos grupos em ação uma ruptura com o imobilismo que vem caracterizando as classes do segmento. Esboçando ainda que com timidez o descontentamento pelos excessivos maustratos a quem faz arte por aqui, ... às más escolhas, nomes sem representatividade, ... sem uma participação ou discussão com quem esteja interessado ou apto a contribuir com ela.

Nesse sentido é importante que a sociedade como um todo se envolva, pois isso diz respeito a ela. E é em muitos casos um desrespeito a ela também. A entrevista infeliz que deu as caras do gestor substituto ao que caiu fala por si, diz muito sobre como vem sendo vistas e usadas essas instâncias administrativas, que são justificadas à custa do patrimônio imaterial construído pela arte, e ao custo muitas vezes abusivo de sabotagens desmedidas e falcatruas criminosas, ... que quem vai acertar no final é o contribuinte.

O escândaldo do Foliaduto ainda respinga sobre a Fund José Augusto, carcomendo os orçamentos de uma equipe que mais uma vez foi cobrada publicamente sobre cumprimentos dos prazos de seus compromissos, enquanto que os processos que apuram o envolvimento de ex-figurões da entidade vão sendo cozidos em banho-maria.

À meia-boca vão ventilando merda pra circular no ar, espalhando o boato de que puxaram o tapete do ex-presidente da Funcarte, bem ou mal alguém que ainda contava com a adesão de um punhado de gente; mesmo os que torciam o nariz tinham lá alguma tolerância com o sujeito. Mas a sua ingenuidade (e a de quem com ele colou) acabaram por sofrer uma rasteira clássica, emblemática da maneira como por ora estamos a ser ‘capitaneados’.

O que vamos fazer? Eis uma resposta que uma nova geração de artistas e produtores reunidos em coletivos e tribos poderão dar em quanto menos tempo (melhor!) para Natal. Nós que formamos o grupo Locau! temos como finalidade afirmar a potencialidade da arte produzida localmente, mas também estamos interessados em intervir nestas questões.

Faça Arte!
Faça pArte!
www.natallocau.ning.com

* Este texto foi inspirado na seguinte manchete da internete:
BÊBADO DÁ SHOW EM LOJA DE CONVENIÊNCIA”.
Quem dera qualquer semelhança fosse mera coincidência.


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