Porco Por Um Pouco
Lamentei, depois, comigo, o ‘incidente’ durante a reunião da Rede Potiguar de Música. Falo do fato de ter acrescido ao fim de uma frase a palavra 'porcaria' enquanto tecia minha crítica a FJA. Sem convicção, quase um corta-e-cola encaixado no lugar de uma palavra que me faltou. Me retratei em seguida, principalmente pelo fato de ser um dos mediadores daquele encontro, mas também porque Babal aproveitou para jogar lama pra tudo quanto é lado, emporcalhando o negócio. Até me chamar de mentiroso. Lógico que ali naquele tumulto seria improdutivo ir para um bate-boca. Mas Babal me chamou de mentiroso publicamente, inadvertidamente, no calor da refrega, para defender seu departamento a que chamei de ineficiente. Foi isso, para quem não assistiu. Me chamou de mentiroso contando uma mentira, invertendo a moral, querendo me desqualificar perante os meus amigos presentes. E insinuou que eu estaria em São Paulo quando dei como exemplo de sua morosidade o atraso na comunicação truncada referente ao pagamento da segunda parcela do prêmio da música (preminho) que a fundação vem procurando executar há mais de um ano. Contou algo acontecido no ano passado, quando realmente contatei a FJA lá de Sampa, ainda enquanto gravava o meu cd pelo Pixinguinha, ... para (en)cobrir sua demora em me procurar para assinar esses mesmos documentos de que reclama sempre que vem atrasando o encerramento do processo desse edital. E eu, sem entender porque o dinheiro não caía após já tantos terem recebido, é que fui procurá-lo para saber quais as pendências. E muitos sabem que foi assim, pois não deve ter acontecido apenas comigo. E, mesmo assim, até aqui ainda estou esperando, tendo que dar um cheque do meu bolso para acertar minhas contas com a gravação. Chamo de comunicação truncada uma completa ausência de interlocução aberta, às claras, sem rodeios. O que tinha a instituição a dizer na reunião de segunda? Me digam vocês o que Fábio Lima e Babal Galvão acrescentaram ao que nós já estamos carecando de saber, o mesmo discurso, as mesmas limitações. A Rede Potiguar de Música quer é crescer, quer debates que acrescentem às nossas vidas e profissão o sentido do que fazemos, quer a estruturação de uma política cultural para o setor, viabilizada através de diálogos, não de sentenças. Sou solidário ao rapaz do Lunares em ir ao encontro para reclamar do que ele chamou elegantemente de pseudo-democracia da fundação em mensagem que enviou com classe para nossa lista de discussão. (Só discordo do festejo que fez pelo acréscimo de 500 paus ao cachê, após bem uns 6 anos pagando a mesma pataca de 1 500. Pois eu se tivesse ido teria defendido que o piso para os nossos cachês em Natal já passa da hora de ser ao menos de 3 pratas). E eu recebi o telefonema, sim. Mas a minha agenda já estava preenchida. E além do mais, é sintomático que a fundação se comunique de melhor maneira, não apenas pedindo para a secretaria chamar alguém para ir lá, mas no mínimo adiantando alguma coisa do que quer tratar. Pelo menos. Justificando a chamada, envolvendo o contribuinte, melhorando sua relação com seu público.
Ao final, não me importo de ser porco por um pouco, como disse lá. Não sou assim tão limpinho, mas também não quis sujar ninguém. Se Babal se sentiu ofendido, ao menos esperei a ocasião e hora certa para lhe dizer na cara, o que comprova como sou, e não um mentiroso, como ele quis supor. Aos meus companheiros de Rede, e mesmo aos que conheci apenas agora, elogio o nosso trabalho feito nessa reunião de abril, e parabenizo o processo democrático que foi proposto para a escolha dos que irão se apresentar no evento de lançamento dessa nossa rede, pra acontecer no dia 04 de maio, às 20h na Casa da Ribeira.
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