TAM tá tam-tam


negócio é o seguinte:

A TAM perdeu 200 exemplares do meu disco.
Na exata véspera de Natal, em vôo de Guarulhos (SP) para Natal (RN) foi embarcada uma mala para transportar 1/5 das mil cópias do cedê “Bossta Nova” que haviam acabado de chegar da fabricante Sonopress, após 3 anos de trabalho pesado para gravar, mixar e prensar a obra. Pelo seu caráter, esse primeiro disco de metade da minha vida dedicada à música, foi feito totalmente às próprias custas, pago com grana do meu bolso e onde só entrou ‘pitaco’ do meu irmão, que dividiu comigo basicamente todas as tarefas relacionadas ao seu feitio.
Para bancar uma parte das despesas de tantas que se dão durante o processo de gravação de um projeto assim, foi que me vi obrigado a vender aos conhecidos mais próximos um pacote como bônus antecipado, que desde metade de 2005 foi comercializado por mim pessoalmente. O material embarcado para transporte sob responsabilidade da TAM estava voando justamente para cobrir estas encomendas.
Mas não chegou. (Foi perdido pela empresa, que segundo noticiário da imprensa nacional sobrecarregou sua capacidade operacional e de suas aeronaves, contribuindo para o caos aeroportuário que tomou conta da aviação brasileira na maior crise que já se deu por aqui). Em vez disso, fiquei na mão, tendo que me desculpar com todos a quem havia convencido e prometido que o disco seria uma bela alternativa para presentear amigos nos festejos de fim-de-ano.
Entre idas e vindas ao guichê da empresa, incontáveis telefonemas, aperreio e decepção, passaram-se as primeiras 2 semanas, até que o desconfiômetro começou a indicar que a coisa não se resolveria facilmente. Era aguardar mais um pouco, ver qual seria a proposta deles para reembolso e depois agir. Sabia já. A quantia oferecida pela companhia não cobria nem minimamente os meus custos, quanto mais tudo o que vim a passar e estou passando por causa do que aconteceu.
Aí é que vem o mais difícil: ter que entrar em cena para encampar uma luta judicial que reverta todos os prejuízos, os já causados e os que ainda virão. Pois sabe-se qual o caminho desigual a percorrer entre um cidadão comum de recursos mirrados e uma corporação gigantesca, rica e capaz de estender uma questão assim a uma agonia lenta e interminável, a arrastar-se penosamente por muito tempo entre as muitas instâncias dessa nossa justiça não muito confiável.
Mas ... Que outro caminho me resta? Qual outro trajeto a fazer a não ser este: o de lutar pelos meus direitos, mesmo se com tanto desalento e sacrifício? Após quase dois meses da ocorrência, e visto que a mala não apareceu e nem nada se resolveu, só me sobrou como alternativa publicar esse texto aqui, apelando para que todos a quem esta mensagem chegar possam se manifestar de alguma maneira, contribuindo de algum jeito para que não sejamos sempre nós a pagar sempre a conta.

É osso!!


voltar ao início