Paraibanamente
Pedro Osmar não é normal, não.
O homem é fogo.
E fogo chama. É chama, acende.
Canceriano, como está agora para se submeter a mais uma volta no eixo de sua própria rota, resolvi lhe presentear com uma alusão ao seu mais recente trabalho musical publicado, na coletânea Musiclube II, lançada aqui no Brasil pelo próprio núcleo paulista do grupo, na Casa das Rosas em janeiro de 2007. Lá ele está em 2 momentos, nas faixas 'Cacique' e 'Vontade de Matar o Rei'.
Antes disso, sua preciosa discografia contém o LP Jaguaribe Carne Instrumental (93), seguido dos CDs Signagem (95), Viola Caipira (97) e o excelente disco de canções da dupla Pedro Osmar/Paulo Ró, gravado com a participação de velhos e novos amigos como Elomar, Vital Farias, Elba Ramalho, João Linhares, Zeca Baleiro e o excelente Quinteto da Paraíba. Vem no Vento (2003) é o primeiro cedê de um selo que com ele se iniciou – Chita Discos – e as músicas ali contidas refletem a maturidade adquirida nestes já 30 anos ativos de Pedro e Paulo, podendo mostrar um lado não muito conhecido dos autores (pois os discos antigos sempre tiveram como marca principal a experimentação), e expressam a inquietude criativa de dois artistas fenomenais que procuram com o seu trabalho abrir novas possibilidades sonoras e sugerir inusitados diálogos com a música global, escapando às rotulações incessantes que costumam circundar a música nordestina, coisa que um careta nunca conseguiria fazer dentro do som, indo para diversas direções ao sabor do vento sonoro que veio soprar nesses bróderes.
Eis a fórmula. Ou a forma? E assim esses daí vêm fazendo o poema contundente, que esmigalha e esfarela. Tocando o disco ao contrário, dão sua mensagem, mas muito bem dadinha.
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