turva fuga / Esso A.
fugi da guerra
cruzei a fronteira
adentrei a floresta
para onde ir agora?
segui os astros
perdido e só
e pari monstros
feitos nos escombros
sou insone
lívido semblante
perturba-me a dúvida
flácidas convicções
devoradas pelo assombro
agora chamo-me avesso
uivei a mágoa contida
o meu grito apagou
não ecoou na selva
a fome secou-me
magro, me despi
nu, nadei na cachoeira
larguei das armas
lavei meus distúrbios
nego a derrota
um réptil no espeto...
uma gota de chuva...
resta-me a crença!
almejo transpor o infinito
antes da morte